Na terça-feira, relatos de funcionárias da Caixa Econômica Federal expuseram acusações de assédio sexual e moral contra o então presidente do banco Pedro Guimarães, um dos auxiliares mais próximos do presidente Jair Bolsonaro. As inúmeras denúncias, reveladas pelo site Metrópoles e confirmadas em depoimentos à TV GLOBO e ao GLOBO, tornaram insustentável a manutenção de Guimarães no posto, uma vez que o caso já é, inclusive, investigado pelo Ministério Público Federal. O escândalo repercutiu imediatamente dentro e fora do governo. O próprio Bolsonaro esteve com Guimarães tão logo as denúncias vieram a público e teria dito que a conduta seria inadmissível. No início da tarde de quarta-feira, porém, Pedro Guimarães continuava recebendo o apoio de bolsonaristas, como a deputada federal Carla Zambelli. E ele mesmo participou, pela manhã, de um evento para o lançamento do Plano Safra, com a presença de sua mulher, no qual defendeu seu legado e sua conduta. Mas, depois de resistir por 24 horas, o governo anunciou, no início da noite de quarta-feira, a demissão a pedido. Ele será substituído por Daniella Marques, atual secretária de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia e pessoa de confiança do ministro Paulo Guedes. Em sua carta de demissão, Guimarães negou veementemente as acusações e disse que passa por uma "situação cruel, injusta, desigual e que será corrigida na hora certa". No Ao Ponto desta quinta-feira, a repórter Jussara Soares conta os bastidores da demissão do presidente da Caixa e descreve o clima no Palácio do Planalto e na campanha à reeleição diante da sucessão de escândalos nos últimos dias. A repórter Geralda Doca relata o depoimento funcionários da Caixa sobre o comportamento de Pedro Guimarães ao longo dos últimos anos e explica como o executivo se tornou um aliado estratégico da cúpula do governo.