Na tentativa de constranger líderes europeus e americanos, que criticam a política ambiental do governo, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, na terça-feira, na reunião de cúpula dos Brics, que tem uma lista de nações que comprariam madeira ilegal brasileira. Ele não mencionou os nomes, mas, em 2017, a Polícia Federal apreendeu 2,4 mil metros cúbicos do produto, que seriam vendidos para países como Alemanha e França, que lideram a campanha internacional de proteção da floresta. A fala do presidente, em vez de afetar os europeus, pressionou a indústria da madeira tropical, que se viu obrigada a dar explicações aos importadores.Atualmente, 80% da madeira amazônica servem ao mercado nacional. Os 20% restantes são exportados. Embora o governo tenha facilitado regras, a pedido dos madeireiros, há uma série de exigência feitas pelos países compradores, tanto na Europa quanto nos EUA. No Ao Ponto desta quinta-feira, Adalberto Veríssimo, pesquisador sênior e co-fundador do Imazon, explica como funciona o mercado e o sistema de controle da madeira exportada. Roberto Pupo, presidente da Associação de Indústrias Exportadoras de Madeira do estado do Pará, avalia a gestão do governo Bolsonaro em relação ao setor.