Em janeiro de 2012, o Brasil fincou sua mais distante bandeira no território antártico, o módulo Criosfera 1. Para se ter uma ideia, essa 'miniestação' está localizada 2.500 quilômetros ao Sul da Estação Comandante Ferraz, na Ilha do Rei George, em uma das franjas do continente gelado. Ou seja, o Criosfera 1 está apenas a 600 quilômetros do Polo Sul. É nesse lugar inóspito e quase inacessível que o cientista brasileiro Francisco Aquino se sente em casa. Na semana passada, 'Chico Geleira' contou ao repórter Renato Grandelle, na revista Época, como é o seu trabalho no isolamento total. Ele é chefe do Centro Polar e Climático, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde coordena um grupo de 100 pesquisadores - alguns deles, ficarão retidos na Antártica por mais alguns meses em razão da Covid-19. No Ao Ponto desta segunda-feira, o cientista, que cumpriu o período de isolamento social em Porto Alegre, conta as aventuras da vida em um lugar que registra 60 graus negativos no inverno. Ele também explica as dificuldades impostas pelo novo coronavírus para todos os pesquisadores que participam das missões científicas na Antártica.