A nove dias do encerramento do mandato, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, foi preso e afastado do cargo. No final da noite, porém, o presidente do Superior Tribunal de Justiça, Humberto Martins, determinou que ele fique em prisão domiciliar, com o uso de tornozeleira eletrônica. O ministro, porém, ressaltou que os elementos da investigação justificam a preventiva. De acordo com o Ministério Público, Crivella chefiava um esquema de corrupção, que funcionou na campanha de 2016 e nos quatro anos de governo. Os crimes, segundo a desembargadora Rosa Helena Guita, foram cometidos de forma permanente durante todo o mandato, com cobranças fraudulentas e recebimentos de propina nos mais diferentes setores da administração. O MP calcula que já conseguiu identificar, no mínimo, R$ 53 milhões movimentados de forma ilícita. Na investigação, os nomes dos empresários Rafael Alves e Arthur Soares, conhecido como "Rei Arthur", e do delegado aposentado Fernando Moraes ganharam destaque. No Ao Ponto desta quarta-feira, o repórter Felipe Grinberg conta as razões para a ordem de prisão às vésperas do fim de mandato e explica o papel dos principais investigados no esquema de corrupção. O editor de País, Thiago Prado, analisa como essa rede de personagens pode abrir novas frentes de apuração e de que forma o caso impacta a política fluminense.