Em paralelo aos relatos que indicavam o risco de colapso do sistema de Saúde de Manaus, no começo de janeiro, uma informação científica se destacou no noticiário. Pesquisadores do Japão identificaram mutações no novo coronavírus em pacientes que passaram pelo Amazonas. A nova cepa, combinada à falta de suprimento de oxigênio, teve impacto devastador em Manaus. E sua força se revela em números: 91% das amostras de vírus sequenciados geneticamente na cidade pertenciam a essa nova variante, que carrega uma má notícia: trata-se de uma versão mais contagiosa. Outra cepa foi descoberta no Rio, em dezembro, por cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro e do Laboratório Nacional de Ciência da Computação. Até agora, já se sabe que tem algumas similaridades com a da Manaus. Há ainda a cepa da África do Sul e a do Reino Unido, que provoca estragos gigantescos na Europa. No Ao Ponto desta segunda-feira, o repórter Rafael Garcia e a geneticista Carolina Voloch, uma das líderes do estudo da UFRJ que identificou a mutação do novo coronavírus no Rio de Janeiro, explicam o que já se sabe sobre a agressividade e a disseminação das variantes até agora identificadas no Brasil e como as falhas do programa de testagem prejudicam o controle dessas mutações.