Após a Petrobras definir um novo reajuste nos preços do diesel e da gasolina, o presidente Jair Bolsonaro surpreendeu o mercado e anunciou, na sexta-feira, por uma rede social, a troca do presidente da companhia. Roberto Castello Branco, executivo de confiança do ministro da Economia, Paulo Guedes, foi substituído pelo general Silva e Luna, que até então comandava Itaipu binacional. Os reflexos foram sentidos no setor energético, no dólar e no mercado de ações, que teme a mudança na política de preços da estatal. Se o governo passar a represar os reajustes, que ocorrem seguindo a variação do câmbio e do preço internacional do barril de petróleo, os eventuais prejuízos da companhia precisarão ser cobertos pelo Tesouro Nacional. Ou seja, a conta recairá sobre o governo. Guedes atuou nas últimas horas, nos bastidores, para evitar prejuízos ainda maiores e, por ora, sinaliza que segue disposto a manter-se no cargo. Porém, o ministro acumula sucessivas derrotas. Além da troca do comando da estatal, Guedes não conseguiu tocar a agenda de reformas, as privatizações e o reequilíbrio das contas públicas, linhas centrais de sua gestão. No Ao Ponto desta terça-feira, o repórter Manoel Ventura, da sucursal de Brasília, conta como Guedes pretende superar esse novo desgaste dentro do governo. O colunista Carlos Alberto Sardenberg analisa como o enfraquecimento do ministro se reflete na economia. Ele também avalia os riscos associados à troca no comando da Petrobras.