A inflação em março foi a maior desde o início do Plano Real, em 1994. No ano, a alta acumulada já supera os 3%. Nos últimos 12 meses, soma 11,3%. Na segunda-feira, o próprio presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que comanda a política monetária, mostrou-se surpreendido por tamanha pressão sobre os preços. E só resta ao Banco Central aumentar os juros para tentar contê-los. A taxa básica, a Selic, já está em 11,75%. E, por ora, não há indicativo de queda dos juros no Brasil. Por isso, muito investidor estrangeiro se aproveita para ganhar dinheiro por aqui, em aplicações que acompanham os juros. Mas o pequeno investidor também pode se beneficiar. Os investimentos que acompanham a Selic tiveram rentabilidade média de 6,19% nos últimos 12 meses, bem acima do Ibovespa, o principal índice da Bolsa de São Paulo. O desempenho foi parecido à média dos chamados fundos multimercado, uma modalidade que exige ainda mais atenção, mas ganha cada vez mais espaço. No Ao Ponto desta terça-feira, o economista Marcelo d'Agosto, consultor do Valor Investe e colunista da rádio CBN, explica o que é preciso levar em conta para investir em um cenário de juros altos e qual é a diferença entre as aplicações em renda fixa e os chamados fundos multimercado. Ele também reforça os riscos que não se pode perder de vista na hora de fazer as aplicações financeiras.