Nas investigações sobre a atuação da Prevent Senior, alvo da CPI da Covid e do Ministério Público Federal, um dos casos sob análise é do paciente Tadeu Francisco Andrade, de 65 anos. Em depoimento à GloboNews, ele afirmou que famílias foram enganadas pela operadora. "Muitas perderam seus entes queridos por desconhecerem o que é o tratamento paliativo", denunciou. Por isso, a operadora, alvo de apurações por suspeita de ocultação de óbitos decorrentes da doença e de prescrição de remédios sem eficácia contra a Covid, também é investigada por recomendar a adoção de tratamento paliativo inadvertidamente, como forma de cortar gastos. A Prevent Senior, no entanto, nega a acusação. Sustenta que não toma decisões com base em custos e que atua dentro de parâmetros éticos. O caso foi discutido no depotimento da advogada Bruno Morato à CPI da Covid na última terça-feira. Contudo, a abordagem do assunto, movido a falas de parlamentares posteriormente consideradas incorretas por profissionais da área, levou à manifestação de entidades que realizam e estudam o cuidado paliativo, uma prática médica reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Esse tipo de atendimento tem o objetivo de reduzir o sofrimento e, portanto, oferecer melhor qualidade de vida a pacientes com casos irreversíveis de doenças prolongadas. No Ao Ponto desta quinta-feira, o presidente da Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ACNP), Douglas Crispim, explica em quais casos esse tipo de abordagem é recomendada e de que forma ela se diferencia - e muito - da prática atribuída à Prevent Senior durante a pandemia. O médico geriatra também analisa os desafios para o atendimento de pacientes idosos, com ou sem Covid, nas unidades de saúde do Brasil.