Na semana passada, diante das repetidas altas dos preços dos combustíveis, impulsionadas pela guerra na Ucrânia, o presidente Jair Bolsonaro mirou na Petrobras. O alvo era o atual presidente da companhia. O general Silva e Luna foi demitido, segundo a própria avaliação do militar da reserva, de forma covarde. Depois do dia 13 de abril, a petroleira passaria a ser dirigida pelo consultor Adriano Pires, especialista no setor de gás e petróleo. O presidente do Flamengo, Rodolfo Landin, outro velho conhecido do mercado, faria uma dobradinha com Pires e assumiria a presidência do Conselho de Administração da maior empresa do Brasil. Mas, durante o final de semana, houve uma reviravolta. Landim anunciou que abriria mão de assumir a presidência do Conselho de Administração. Em nota, afirmou que não conseguiria conciliar os cargos da Petrobras e no Flamengo. Mas, na verdade, essa incompatibilidade não tem nada a ver com o Flamengo. E, na segunda-feira, Pires seguiu o mesmo caminho. E por qual razão? Os dois têm relações importantes com empresas e empresários diretamente interessados das atividades da Petrobras e perceberam que poderiam ser barrados pelos sistemas de controle da companhia. O nome do novo escolhido para a vaga não havia sido anunciado até o final da noite de segunda-feira. No Ponto desta terça-feira, a colunista Malu Gaspar, que acompanha de perto dos bastidores de todas essas movimentações, conta quais eram os conflitos de interesse que impediram a posse de Adriano Pires e sepultaram os planos para que o presidente do Flamengo assumisse a presidência do Conselho de Administração da Petrobras. Ela ainda explica a importância do o sistema da companhia que filtra possíveis irregularidades. E analisa o impacto político desse impasse.