A autorização dada pelo Reino Unido para a distribuição da vacina da Pfizer/Biontech apresenta ao mundo os imunizantes genéticos, uma tecnologia estudada há anos, mas que só agora ganha sua primeira grande oportunidade em seres humanos. Contra a Covid-19, há outra fabricante que usa o mesmo método, o laboratório americano Moderna. Nos dois casos, o segredo do sucesso é levar apenas o chamado RNA mensageiro do novo coronavírus para dentro das células, que passam a criar suas defesas contra o suposto invasor.Por um lado, essa forma de fazer vacinas enfrenta desafios adicionais de logística, já que as doses precisam ser mantidas a temperaturas que variam entre 20 e 70 graus negativos. Por outro, no entanto, esse método abre inúmeras possibilidades de atuação contra diferentes doenças, como outros vírus e o câncer. No Ao Ponto desta segunda-feira, a microbiologista Natália Pasternak, presidente do Instituto Questão de Ciência (IQC), e o imunologista Gustavo Cabral, pesquisador da USP e da Fapesp, explicam como as vacinas genéticas podem ter grande impacto sobre a medicina do século XXI e analisam os principais desafios para o seu desenvolvimento.