Morto numa operação policial na Bahia, no fim de semana, o ex-policial militar Adriano da Nóbrega chefiava tanto a milícia que atua nas comunidades de Rio das Pedras e Muzema, na zona oeste do Rio de Janeiro, quanto o grupo conhecido como Escritório do Crime, responsável por assassinatos por encomenda. O nome dele surgiu nas investigações das mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, mas sua ligação com o crime organizado remete ao início dos anos 2000.Ao longo de quase duas décadas na PM, capitão Adriano foi acusado de assassinatos, tortura e extorsão, entre outros crimes. Em 2003, recebeu uma moção de honra da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e, em 2005, a Medalha Tiradentes, em ambas as ocasiões por iniciativa do então deputado estadual Flávio Bolsonaro. Em 2014, Adriano foi expulso da corporação por ligação com o jogo do bicho. Os repórteres Chico Otavio e Vera Araújo relembram a trajetória do miliciano e falam dos impactos da morte dele em investigações envolvendo a milícia.