Em outubro de 1957, os soviéticos chocaram o mundo ao pôr em órbita o satélite Sputnik, o primeiro equipamento fabricado pela Humanidade que chegou ao Espaço. De lá pra cá, já se foram 63 anos. Agora, o presidente russo Vladmir Putin tenta repetir a dose. Deu o nome de Sputnik 5 à vacina que a Rússia desenvolve para Covid-19, a primeira registrada por um país para imunizar a população contra o novo coronavírus. Dessa vez, no entanto, há mais motivos para desconfiar da conquista. Os dados disponibilizados pelos russos são pouco confiáveis. As informações sobre as vacinas desenvolvidas no Reino Unido, nos Estados Unidos e na China são mais sólidas. Ainda assim, não se pode descartar a capacidade dos russos de produzir uma vacina. No Ao Ponto desta quarta-feira, a microbiologista da USP Natália Pasternak, colunista do Hora da Ciência do GLOBO e presidente do Instituto Questão de ciência, explica até onde é possível confiar na pesquisa russa e compara as diferenças entre esse e os demais agentes imunizantes em desenvolvimento para o novo coronavírus.