Não precisou o mundo esperar pelas democracias modernas para descobrir que o ter as decisões na mão do povo, sobretudo quando está o povo na mão dos demagogos, não é ter garantida a sentença justa. Tanto é assim que, para livrar Cristo da morte, não bastou nem mesmo o “milagre” de duas inimizades de longa data se darem de repente as mãos, uma judia e outra romana, ambas convencidas da inocência do acusado. Foi o povo, tão bem orquestrado pelos de cima como presumido de não estar abaixo de nada nem ninguém, que proclamou furioso a sentença: “Crucifica-o, crucifica-o!”