Na última segunda-feira, a Petrobras anunciou o terceiro reajuste do diesel e da gasolina apenas em 2021, puxado pelo aumento do dólar e a variação internacional do barril de petróleo. O preço da gasolina já acumula alta de 22%. No caso do diesel, 10,8%. O problema é que, mesmo assim, a companhia ainda mantém uma defasagem em relação ao mercado internacional. No olhar dos investidores, ainda há espaço para um reajuste de até 5%, no curto prazo, com reflexos nos índices de inflação. Esse cenário não preocupa o governo apenas pelo risco que tem sobre o conjunto da economia. Bolsonaro é alvo constante da pressão dos caminhoneiros, que deram efetivo apoio à sua campanha em 2018 e ameaçaram parar nos últimos dias. Por isso, na última sexta-feira, ao reconhecer que não pode interferir na política de preços da Petrobras, o presidente anunciou uma proposta para atribuir valor fixo ao ICMS que incide sobre gasolina e diesel. Porém, conforme esperado, os estados rejeitaram a ideia. Já os caminhoneiros receberam a proposta com ceticismo. Enquanto isso, o mercado está inseguro com sinais de que há influência do Planalto na política de preços dos combustíveis. No Ao Ponto desta quarta-feira, o repórter Bruno Rosa explica por que o preço da gasolina e do diesel estão subindo e de que forma as decisões do Palácio do Planalto e da Petrobras preocupam os investidores. O economista-chefe da Ativa Investimento, Étore Sanchez, projeta os sinais de pressão de novos reajustes e analisa como o mercado observa as propostas do governo para manter os preços sob controle, sem interferir nas decisões da petroleira