Na segunda-feira, 17 estados brasileiros registravam ocupação superior a 80% nos leitos de UTI destinados a pacientes com Covid-19. Em alguns locais, como nos estados da região Sul, a capacidade está próxima do esgotamento. Nas diferentes regiões, neste momento, centenas de pacientes esperam por um leito. E, por mais que as equipes médicas de esforcem, a criação de novas vagas tem limites, como a falta de profissionais para atender o número crescente de doentes graves. Nesse cenário, o Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde, o Conass, divulgou, na segunda-feira, uma carta aberta, na qual defende ações extremas, como um toque de recolher nacional entre 20h e 6h e o fechamento de bares, praias e escolas, em todo o país. A medida, no entanto, enfrenta resistências na sociedade e entre os próprios prefeitos. O conselho também apela por um novo decreto de emergência sanitária, que facilita a liberação de dinheiro, e pede decisões legislativas para que os estados possam comprar vacinas paralelamente ao Ministério da Saúde. Na mesma nota, os secretários estaduais ainda renovaram o alerta sobre a falta de campanhas de comunicação de medidas de prevenção contra a Covid, como o uso de máscaras, comportamento preconizado em todo mundo mas criticado pelo presidente Jair Bolsonaro. No Ao Ponto desta terça-feira, o presidente do Conass, Carlos Lula, que é secretário de Saúde do Maranhão, explica por qual razão a entidade emitiu nota pedindo a ampliação das medidas restritivas. Ele ainda conta como os estados querem atuar na compra de vacinas e pretendem garantir leitos de UTI para pacientes com ou sem Covid.