À medida que a vacinação contra a Covid-19 avança no mundo, também aumenta a sensação de que é possível relaxar nas medidas de prevenção tão logo o imunizante seja aplicado. As autoridades estão preocupadas para o surgimento de novos surtos em países como Chile e Estados Unidos, exemplos de sucesso nas campanhas de vacinação. O motivo é o abandono precipitado das ações de higiene e do distanciamento social, na contramão das evidências que recomendam a cautela. No Brasil, onde apenas 10% da população tomaram a primeira dose, e menos de 3% receberam a segunda, não existe qualquer dado encorajador e, portanto, a vigilância deve seguir rigorosa, seja entre os vacinados ou não vacinados. E o alerta é ainda mais importante para quem já recebeu sua primeira dose. Esse grupo só estará com toda a proteção esperada em um período que varia entre duas e três semanas após a aplicação da segunda dose, seguindo os intervalos previstos para cada imunizante. No Ao Ponto desta quarta-feira, o virologista Anderson Brito, doutor em Biologia Computacional pelo Imperial College, de Londres, explica a diferença entre estar vacinado e 100% imunizado e as razões para se manter vigilante, mesmo após receber as duas doses da vacina.