A Anvisa concedeu, na terça-feira, o registro definitivo à vacina contra a covid-19 desenvolvida pela farmacêutica americana Pfizer, em parceria com a alemã BioNtech. Esse é a primeira autorização definitiva que a agência concede para uma vacina contra o novo coronavírus. Anteriormente, havia aprovado apenas o uso emergencial de dois imunizantes: da CoronaVac e da vacina de Oxford. Com essa autorização, a Pfizer, cuja vacina tem eficácia de 95% e é a principal arma de países como Israel e Reino Unido contra a Covid, poderia comercializar doses para aplicação em massa em toda a população brasileira. O laboratório, porém, ainda não assinou contrato com o Ministério da Saúde, após o Palácio do Planalto apontar aspectos jurídicos que, em tese, impediriam a distribuição nas cidades do país. O ministro Eduardo Pazuello considera que o laboratório impõe "cláusulas leoninas" ao governo, mas são as mesmas utilizadas nos contratos da farmacêutica com outros países. No Ao Ponto desta quarta-feira, o diretor-executivo do Instituto Questão de Ciência, Paulo Almeida, explica as razões para o impasse entre governo e o laboratório e de que forma um projeto de lei, apresentado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), pode destravar as negociações, permitindo que estados e a iniciativa privada assumam a responsabilidade por eventuais efeitos colaterais do imunizante.