No sábado à tarde, o plano do Ministério da Saúde para vacinação contra a Covid-19 foi tornado público, após seu envio ao Supremo Tribunal Federal (STF). Os objetivos descritos no documento são: "apresentar a população-alvo e os grupos prioritários; otimizar os recursos existentes para planejar a vacinação; e instrumentalizar estados e municípios" para imunizar a população. Além das lacunas em relação a esses três temas centrais, outras perguntas decisivas ficaram sem resposta, como as datas de início e encerramento da campanha. Porém, o próprio planejamento ajuda a compreender as razões para a falta de um calendário de vacinação. As apostas do Ministério da Saúde esbarram em uma série de obstáculos, como a falta de cronograma definido por laboratórios que firmaram acordos com o governo brasileiro. Há ainda desafios de logística até agora sem solução, como a execução do plano nas cidades, que terão pela frente a vacinação concomitante contra o vírus Influenza. No Ao Ponto desta terça-feira, a epidemiologista Carla Domingues, que coordenou o Programa Nacional de Imunizações (PNI), entre 2011 e 2018, analisa em detalhes do texto levado ao STF e descreve o caminho a ser trilhado para dar início à imunização dos brasileiros.