Em julho, o procurador-geral da República afirmou que a Lava-Jato guarda uma "caixa de segredos" sobre suas investigações. Disse que há um volume desproporcional de dados e foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) para ter acesso ao conjunto de apurações em curso. O presidente do STF, ministro Dias Toffoli, deu razão a Aras, que levou suas críticas para o Conselho Superior do Ministério Público, onde acabou sendo rechaçado por seus pares. No entanto, no começa dessa semana, procurador-geral sofreu um revés importante, quando o ministro Edson Fachin derrubou a liminar de Toffoli e impediu a transferência dos dados para Brasília. Ao mesmo tempo, Aras também baixou o tom dos ataques públicos à Lava-Jato, mas isso não significa que ele tenha mudado de opinião sobre a operação. A PGR deve recorrer ao plenário do Supremo e atua em outras frentes para apurar a conduta dos investigadores. Cabe ao procurador-geral também decidir se prorroga ou não a força-tarefa de Curitiba, cujo prazo de funcionamento termina em setembro. No Ao Ponto desta quinta-feira, o repórter Aguirre Talento, da sucursal de Brasília, que acompanha o dia a dia do Ministério Público, explica os desdobramentos da disputa entre Aras e a Lava-Jato e analisa o que já se sabe sobre as suspeitas que ele levanta a respeito das investigações.