Há tempos que o ministro da Economia, Paulo Guedes, estuda propor a criação de um novo imposto sobre transações financeiras, que, imediatamente, remete à antiga CPMF, cobrada até o final de 2007. Essa ideia custou até mesmo o emprego do então secretário da Receita Marcos Cintra, que defendia a proposta apesar da contrariedade do presidente. A novidade, agora, é que Guedes venceu essa resistência, e Jair Bolsonaro aceita discutir o assunto publicamente, desde que não envolva aumento de carga tributária. O governo planeja uma fórmula para reduzir ou zerar outro tributo, caso um novo seja criado. Mesmo assim, o tema está longe de ter apoio majoritário, especialmente no Congresso. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já disse que vota contra e que, na sua opinião, a maioria dos parlamentares também. Na quarta-feira, Guedes terá que explicar seus planos, em reunião com os deputados. No Ao Ponto desta terça-feira, o repórter de Economia Manoel Ventura e o economista Rodrigo Orair, especialista em política fiscal e pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), explicam o que já se sabe sobre a proposta em gestação pelo governo e analisam as dificuldades para criar um novo imposto, no modelo proposto pelo Ministério da Economia.