No poder há 20 anos, Vladimir Putin movimentou as peças no seu xadrez político. Seu mandato como presidente termina em 2024, mas, esta semana, decidiu convocar um referendo popular para alterar a Constituição, de 1993. Seu objetivo: pavimentar o caminho para se manter como o principal líder do país, mesmo após o fim da atual gestão. Ato contínuo, um dos mais antigos aliados do presidente, o primeiro-ministro Dimitri Medvedev, renunciou. Um dia depois, o nome escolhido por Putin como seu substituto, Mikhail Mishustin, um servidor de carreira do equivalente à Receita federal na Rússia, já foi aprovado pelo parlamento, a Câmara Baixa da Duma. No Ao Ponto desta sexta-feira, Angelo Segrillo, professor de História Contemporânea da USP e especialista em Rússia, e o repórter de Mundo Filipe Barini explicam como funcionou a manobra de Putin prolongar seu poder, quem é o novo primeiro-ministro e quais são os riscos que o líder político enfrenta, com uma economia em situação desfavorável.