Num dia de muito nervosismo no mercado, o dólar comercial chegou perto de R$ 5,80 nesta quarta-feira, levando o Banco Central a agir. Na Bolsa, o cenário também é de perdas. A inflação no mês de setembro registrou a maior alta mensal desde 2003, puxada pelos preços dos alimentos, e o acumulado em 12 meses está acima da meta do governo, o que já pressiona a taxa básica de juros, reafirmada em 2% na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Isso sem contar o aumento da dívida pública, que pode alcançar 100% do Produto Interno Bruto (PIB) até dezembro.Mesmo assim, o presidente Jair Bolsonaro afirma que o cenário é positivo. Só que o governo não diz como pretende controlar os gastos e atrair investimentos, em um cenário de fuga de capitais. No Ao Ponto desta quinta-feira, o economista Alexandre Espírito Santo, da Órama Investimentos, explica como esses dados se relacionam com a alta expressiva do dólar e quais são os desafios para manter as despesas do governo e a desvalorização do valor Real sob controle.