Nos últimos dias, os brasileiros se acostumaram com as notícias sobre o colapso dos hospitais, com ocupação de leitos de UTI superior a 100%. Toda vez que esses números aparecem, tem gente vivendo isso de perto. Os médicos da linha de frente, que precisam decidir quem ficará sem uma vaga de alta complexidade, estão exaustos, da mesma forma que os outros funcionários de hospital, muitos afastados de seus postos porque também foram infectados. Também há a aflição de familiares e amigos de pacientes, que ficam à espera de uma vaga. Hoje, em todo Brasil, são mais de 1,5 mil pessoas na fila, muitas delas jovens. O colapso das UTIs estrangula todo o sistema que opera em apoio aos hospitais. O drama começa nas UPAs, as unidades de pronto atendimento, que improvisam estruturas novas para acolher os pacientes mais graves. Até o sistema de UTI aérea está sobrecarregado. Da mesma forma, o apoio jurídico a quem precisa de um leito não consegue ser efetivo pela ausência de alternativas. O Ao Ponto dessa segunda-feira trata do colapso das UTIs e do efeito cascata que essa situação provoca em todo o sistema de saúde. Participam desse episódio os repórteres Dimitrius Dantes, Gustavo Schmitt e Henrique Gomes Batista, que, na última semana, conversaram os médicos, pacientes, advogados e até pilotos de aeronaves que também sofrem os efeitos da fase mais aguda da pandemia no Brasil.