Na visão de dirigentes do PT, o deputado Arthur Lira (PP-AL) não é o candidato de Jair Bolsonaro para disputar a presidência da Câmara. O vice-presidente do partido, Washington Quaquá, por exemplo, entende que o parlamentar tem um acordo político com o Planalto, o que não o impede de ter esse mesmo tipo de negociação com legendas de oposição. Essa opinião é controversa na legenda, mas Quaquá não é uma voz isolada no partido que tem a maior bancada da Câmara, com 54 dos 513 deputados. Com poder de barganhar emendas junto ao governo, o próprio Lira trabalha para ter o apoio dos partidos de esquerda contra o candidato que for escolhido pelo grupo liderado pelo presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ). O líder do centrão ainda é beneficiado pela votação secreta, na eleição marcada para o dia 02 de fevereiro, o que abre o caminho para as chamadas "traições". Enquanto isso, Maia mantém o suspense e afirmou, na terça-feira, que não há pressa para apresentar o seu nome. Já os líderes dos partidos de oposição tentam articular uma frente para lançar um terceiro postulante que se contraponha à escolha do Palácio do Planalto. No Ao Ponto desta quarta-feira, os repórteres Paulo Cappelli, da sucursal de Brasília, e Sérgio Roxo, da sucursal de São Paulo, explicam de que forma Arthur Lira negocia o apoio de parlamentares do PT e de outros partidos de oposição. Eles também analisam as chances de crescimento do candidato apoiado pelo Palácio do Planalto na corrida pelo comando da Câmara.