Desde o início da janeiro, a população acompanha, com ansiedade, a liberação do uso, a importação de insumos e o desembarque de vacinas. Foi o que ocorreu, por exemplo, na última sexta-feira, quando dois milhões de doses da vacina de Oxford, finalmente, chegaram da Índia. Cada novo lote traz a esperança de aumentar a quantidade de brasileiros imunizados. Afinal, a vacinação só atingirá seu objetivo quando cerca de 70% da população desenvolver anticorpos para o novo coronavírus. Para que o fluxo de vacinação ganhe força, sem riscos de interrupção por atraso de fornecedores de outros países, é fundamental dar início à produção nacional. Isso está previsto, tanto no contrato da CoronaVac, entre o Instituto Butantan e a chinesa Sinovac, quanto no acordo da Fiocruz com a AstraZeneca para produzir a vacina de Oxford. Em relação à primeira, o Butantan informa que pretende iniciar a fabricação em 2022, com capacidade anual de 100 milhões de doses. Já a Fiocruz projeta entregar 110 milhões de doses de produção nacional no segundo semestre deste ano. No Ao Ponto desta segunda-feira, o médico sanitarista e fundador da Anvisa Gonzalo Vecina explica as vantagens e os obstáculos para que o Brasil tenha autonomia na produção de vacinas contra a covid-19 e outras doenças. Ele ainda conta como está o trabalho de preparação de parques industriais para alcançar esse objetivo.