A nota de despedida de Fernando Azevedo e Silva do Ministério da Defesa foi marcada pelo recado claro de compromisso das Forças Armadas com o Estado. Já o anúncio dos novos comandantes que assumem Marinha, Exército e Aeronáutica trouxe a mensagem de "compromisso com a democracia e a liberdade do povo", de acordo com o novo ministro Braga Netto. O substituto de Azevedo e Silva reforçou ainda as missões da tropa no combate à pandemia. Dos generais escolhidos, o nome mais aguardado era o do novo comandante do Exército. Paulo Sérgio Nogueira, então chefe do Departamento de Pessoal, que defendeu, em entrevista ao jornal Correio Braziliense, a adoção de medidas recomendadas pela OMS para enfrentar o novo coronavírus, as mesmas que o presidente Jair Bolsonaro sempre criticou. Ações que o presidente, mais uma vez, nesta quarta-feira, voltou a desprezar. Além Paulo Sérgio Nogueira, o almirante de esquadra Almir Garnier Santos assume a Marinha e o tenente-brigadeiro Baptista Junior, a Aeronáutica. Embora tenha se pronunciado, Bolsonaro ainda não explicou publicamente os motivos pelos quais demitiu o ministro da Defesa e provocou a saída dos três comandantes das Forças, provocando uma crise com os militares sem paralelo nos últimos 40 anos. Trocas que ocorrem, simultaneamente, à chegada do Centrão ao Palácio do Planalto e com o registro de quase quatro mil mortes, em um único dia, pela Covid. No Ao Ponto desta quinta-feira, a colunista Míriam Leitão analisa como fica a relação entre o governo e o novo comando militar e conta como setor econômico acompanha as últimas movimentações do presidente Jair Bolsonaro.