No começo do ano, a água com gosto e cheiro ruins, às vezes turva, chamou a atenção do carioca. A Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae) veio com o diagnóstico. Foi culpa da geosmina, uma substância química que, além de causar grandes transtornos à população, é sintoma de um problema ainda maior: o nível crítico de poluição nos mananciais que abastecem a segunda maior região metropolitana do país. No dia 22 de janeiro, o governo anunciou que passaria a pulverizar carvão ativado na água para eliminar o problema, que estaria resolvido em uma semana. A semana passou, o cheio e o gosto continuam e, para piorar, uma nova ameaça paralisou a estação de tratamento do Guandu, que abastece 9 milhões e 400 mil pessoas. A contaminação com detergente parou o tratamento de água por 14 horas, entre a noite de segunda-feira e a manhã de terça, adiando em um dia o início do ano nas escolas públicas da Região Metropolitana. No Ao Ponto desta quarta-feira, a repórter especial Ana Lúcia Azevedo e o diretor da Faculdade de Tecnologia da Unicamp, Renato Falcão, explicam o que se sabe sobre essas substâncias, o que pode ser feito no curto e no longo prazo e como o sistema de abastecimento de água do Rio de Janeiro chegou nessa situação.