Bastou a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmar que um estudo havia identificado raras contaminações a partir de pessoas infectadas, mas sem sintomas, para que o presidente Jair Bolsonaro reforçasse seus argumentos contra o distanciamento social. A autora da frase, a chefe do programa de emergências da OMS, Maria Van Kerkhove, se viu obrigada a esclarecer a fala, na terça-feira, para dizer que foi mal compreendida. Afinal, a proporção de assintomáticos é desconhecida. O diretor de emergências da OMS, Mike Ryan, reforçou que o tamanho desse grupo é incerto, mas disse que há transmissão de vírus pelos assintomáticos. No Ao Ponto desta quarta-feira, o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo, explica a capacidade de contaminação de outras pessoas pelos diferentes grupos de infectados. O professor emérito da Fundação Oswaldo Cruz e membro da Academia Nacional de Medicina Paulo Buss, que já representou o país na OMS, analisa o impacto dessa declaração no Brasil e como a entidade se insere nas disputas políticas entre seus países membros, como China e Estados. Unidos.