Só em janeiro, os Estados Unidos registraram 90 mil mortes por Covid-19, o período mais crítico da pandemia no país, que contabiliza um total de 525 mil óbitos. Naquele mês, Donald Trump ainda era o presidente e as medidas de prevenção não tinham o respaldo da Casa Branca, da mesma forma que ocorre até hoje no Brasil. Menos de dois meses depois, no entanto, já com Joe Biden ao poder, o programa de vacinação deslanchou, com uma média diária de 2,2 milhões de doses aplicadas. As medidas de distanciamento social e de incentivo ao uso de máscaras se tornaram prioridade para o governo. O resultado aparece em números e em decisões das autoridades de saúde. O total infecções diminuiu, passando de 300 mil casos novos, em 8 de janeiro, para 98 mil casos na última segunda-feira (8). A média móvel de internações caiu 67% de janeiro para cá. O governo americano reconhece que os números de infectados continuam altos e que existe o risco de novos surtos, mas já sinaliza o relaxamento de recomendações restritivas, como o encorajamento de encontros privados, sem máscara e sem distanciamento, entre pessoas vacinadas. No Ao Ponto desta quarta-feira, a jornalista Paola de Orte e a professora titular da Escola de Saúde Pública de Harvard Márcia Castro, pesquisadora do Observatório Covid-19, explicam como os americanos têm conseguido frear o avanço da pandemia e se descolar do Brasil, que registra recordes consecutivos de novos casos e de mortes.