A grave crise na saúde do Rio de Janeiro tem levado à morte pessoas que poderiam ser salvas pela rede médico-hospitalar. Nesta sexta-feira, o governo federal deve liberar uma ajuda emergencial de R$ 150 milhões para reduzir a tensão no sistema de saúde, com o pagamento de salários atrasados. Mas o problema não se resume à greve dos funcionários das organizações sociais, que respondem por quase toda atenção básica e por parte expressiva da rede municipal. O prefeito Marcelo Crivella afirma que a "crise é falsa", embora tenha pedido socorro ao presidente Jair Bolsonaro, seu aliado, e seja alvo de ação de arresto de R$ 300 milhões, determinada pelo Tribunal Regional do Trabalho, para o pagamento dos servidores. O Ministério Público e a Defensoria Pública chegaram a pedir a instalação de um gabinete de crise, que só foi negado pela Justiça porque o prefeito, contrário à ideia, não foi ouvido no processo. A colunista Ligia Bahia, mestre em saúde pública e professora da UFRJ, e os repórteres Luiz Ernesto Magalhães e Paulo Cappeli explicam como a cidade chegou a essa situação, para onde foi o dinheiro da prefeitura que falta na saúde e quais são as soluções possíveis para a atual situação.