Em dezembro, o governo depositou a última parcela do Auxílio Emergencial, um benefício que ajudou cerca de 60 milhões de brasileiros que ficaram sem renda na pandemia. Mas a fonte secou, e a folga criada pelo chamado orçamento de guerra, que vigorou ao longo de 2020, já não existe. No entanto, a vacinação engatinha e, diferentemente das previsões feitas pelo presidente Jair Bolsonaro, a pandemia, com suas mortes e hospitais lotados, só piorou depois da virada do ano. Nesse cenário, a economia também não voltou ao normal. Pesquisa Datafolha, divulgada na segunda-feira, mostra que 69% dos brasileiros que receberam o auxílio emergencial ainda não encontraram outra fonte de renda. O efeito se dá de forma imediata sobre os números da pobreza e da extrema pobreza, o que mobiliza o Congresso. Os parlamentares pressionam a equipe econômica para que atue, mas o ministro Paulo Guedes deixou claro, na terça-feira, que a escolha não será nada simples. Disse que a prorrogação do benefício demandaria uma "trava" em outros setores, como educação e segurança. Nesse cenário, o Congresso e o governo fazem as contas e tentam encontrar uma fórmula para atender a essa população. No Ao Ponto desta quinta-feira, os repórteres Cássia Almeida e Marcello Corrêa explicam o impacto da interrupção do programa e quais são as propostas para frear o agravamento da pobreza.